Como
se os nossos próprios problemas não bastassem, temos o hábito de colocar a
colher nos problemas alheios. O grau de intromissão varia de um simples
conselho -“aceite o emprego”; “tome tal ou qual remédio” - até chegar a um estado
em que, de alguma forma, nos sentimos responsáveis ou culpados pelo destino (ou
desatino) alheio.
O que não falta neste mundão é especialista na vida alheia. Os
palpites fazem parte de uma indústria prospera e pretensiosa desde tempos
imemoriais. O hábito de meter o bedelho onde não se é chamado resulta da crença
que temos a chave e o chaveiro para os males da humanidade.
Agora,
além daqueles que buscam cumplicidade mais do que conselhos, existe
espertalhões que se divertem passando a batata quente para as nossas mãos
disfarçando-a de um simples pedido de ajuda. É o caso do subordinado que delega
ao chefe problemas e responsabilidades que ele mesmo deveria resolver.
-
“Chefinho querido, tou com um problema...”
Se
o chefe for do tipo centralizador, é tiro e queda, ele vai carregar mais um macaquinho
nos ombros.
O
gerente bombeiro não deveria ser incensado e, sim, criticado, pois quem quer fazer
mais do que está ao seu alcance, acaba fazendo menos. Em compensação, devíamos lisonjear
o gerente cirurgião, ou seja, aquele que remove as causas que alimentam os
problemas.
Por
isso, dentre as responsabilidades gerenciais, está a de definir de quem é o
problema, antes de tentar resolvê-lo. O gerente eficaz não é o salvador da
pátria, menos ainda o salvador da humanidade, nem o pronto socorro de
funcionáios incompetenes. Portanto senhores gerentes, mais assertividade e
menos sentimento de culpa na hora de chamar cada um a assumir a responsabilidade
pelos próprios afazeres.
Antes de assumir responsabilidades de terceiros faça três perguntas: “quem é o dono do problema?”; "ele sabe que é o responsável e sabe como resolver?" Caso não é hora de ensinar um método de análise e resolução de problemas.
1. Problemas que o gerente deve resolver
sozinho sem comunicar ao subordinado.
2. Problemas que o gerente resolve
sozinho e comunica ao subordinado.3. Problemas para os quais o gerente pede a colaboração do subordinado ou
vice versa.
4. Problemas que o subordinado deve resolver sozinho e comunicar ao gerente.
5. Problemas que o subordinado deve resolver sozinho e só prestar contas ao
seu superior caso seja requisitado a fazê-lo.
Sendo assim, tome cuidado para não perambular pelos corredores da empresa com vários macaquinhos serelepes em seus ombros, desculpando-se pela falta de tempo, pelos relatórios atrasados, por ter esquecido a reunião com o cliente e assim por diante.