Eugen
Pfister
Um
preceito prático dos negócios reza que se não dá para medir, não faça, pois o
retorno sobre os investimentos é essencial à sobrevivência organizacional.
Infelizmente os departamentos de treinamento conseguiram driblar a regra substituindo a avaliação objetiva dos resultados na vida real (pós-treinamento) pela avaliação subjetiva das impressões dos treinandos a respeito do evento em si.
Não
deixa de ser uma proeza, pois treinar significa melhorar o desempenho, ou seja,
aumentar a produtividade, seja individual, grupal ou organizacional, seja em
todas essas esferas.
Ao
priorizar o desempenho estamos afirmando a importância de conhecermos o quadro específico
vigente antes do treinamento e a seguir cuidar
que os mesmos indicadores sejam usados para medir a eficácia do treinamento.
Se
nada mudou para melhor, o treinamento causou um prejuízo e as causas devem ser
examinadas e corrigidas. Agora, se houve incremento do desempenho e a melhora
for mantida no tempo então o treinamento foi eficaz.
Se
além da melhora da produtividade verificamos que o desempenho foi se
aperfeiçoando e evoluindo continuamente, com certeza o treinamento foi efetivo.
Para
os céticos esclareço que a exigência da mensurabilidade se aplica tanto ao
treinamento técnico quanto ao treinamento comportamental e atitudinal.
Assim,
se o diagnóstico de necessidades indicou que o estilo gerencial centralizador é
uma trava para a busca de melhores resultados, devemos ter em mãos as medidas
prévias de desempenho do gerente que indiquem a presença autoritária para depois compará-las às medidas
após o treinamento.
Também
é importante que follow-up dos resultados cubra um período suficientemente
longo de modo a comprovar que não houve o efeito fogo-de-palha que acontece nos
primeiros meses após um treinamento, mesmo o tradicional, ou que a melhora
resulte de fatores aleatórios sem relação com o treinamento.
Em
outras palavras, a relação causa e efeito deve ser estabelecida e testada. Sem
ela estamos navegando na maionese.
Avaliar
a qualidade do material didático, a metodologia de ensino, a carga-horária, o
conhecimento do instrutor no nível da percepção não faz sentido, quando se
deixa de mensurar se houve ou não a transferência da aprendizagem da
sala-de-aula à vida real. E, se o efeito foi duradouro.
A
resposta ao treinamento tradicional chama-se TFR -Treinamento Focado em
Resultados, cuja base é uma metodologia que garante o retorno sobre os
investimentos com treinamento, a partir do dia seguinte.