Eugen Pfister
Usamos o conceito de
talento para nos referir ao que está na base do desempenho superior. O talento
é a matéria prima para desenvolver a excelência no desempenho em determinada
área. Um talento, portanto, é um padrão recorrente de pensamento, comportamento
e sentimento que pode ser aplicado produtivamente no trabalho e na vida em
geral.
Eis três exemplos de
talentos inatos: analítico (pensamento), competitivo (comportamento) e empático
(sentimento). Eles estão em estado puro, prontos para serem cultivados e são descobertos e educados. Tem início uma
revolução sem precedentes; uma tarefa para vida a inteira.
Mas também possuímos
uma quantidade de pontos fracos, ou seja, tudo aquilo que não sabemos fazer ou
usar produtivamente. Só que a maioria das pessoas imagina que você deve lidar
com eles, deve superá-los, basta ter determinação. Ignoram que são traços
inatos.
Digamos que você
trabalha numa empresa que o selecionou apenas com base nos critérios de
experiência (trabalha na área), inteligência (capacidade de aprender) e
determinação (determinação para aprender mais). Posto dessa forma parece que
não há nada de errado com esses critérios. Essa é a forma com que age a maior
parte das organizações.Todavia, ao omitir a questão do talento, as mesmas empresas atraem para o mesmo cargo pessoas superpreparadas (talentosas) e pessoas com um desempenho médio (com domínio técnico). Resultado: enquanto os primeiros excedem no desempenho, os segundo terão um desempenho moderado, quando não medíocre.
As empresas se resignam
a aceitar que essas são as regras, ou seja, há uma minoria que alcança a
excelência no desempenho, a maioria que opera num padrão médio e, outra
minoria, com desempenho inferior. Não se dão conta que podemos alterar a curva
de Gauss tornando o alto desempenho o padrão.
Para isso basta
introduzir o talento como critério na seleção e promoção de pessoas. Não é algo
difícil, pois praticamente todos têm talentos. Assim, identifique as duas ou
três áreas em que a pessoa tem uma inclinação natural para sair-se muito bem,
coloque-a na posição, treine-a e a desenvolva.
O talento não é tudo, mas é o começo rumo a excelência.
Deixando o talento de fora
você corre o risco de ter que aceitar o desempenho mediano ou medíocre como
padrão. Portanto, não tente transformar a pessoa em quem ela não é e, sim,
dedique-se a tirar proveito do que a pessoa é tornando-a melhor.