domingo, 11 de novembro de 2012

Gestão e Cultura

Gestão da Cultura Organizacional

Eugen Pfister 

“O empowerment não é parte da nossa cultura!” “Aqui o trabalho de equipe não é valorizado!” A cultura não isso, não aquilo e muito pelo contrário. O problema é que poucos se dão conta que a cultura é uma grande abstração
Posto de outra forma: a cultura está em nós ou fora de nós? Tanto dentro ou fora. Ela deve estar em algum lugar, deve se manifestar de alguma forma. Se não estamos debatendo o quê com quem e para que?

Desconfio que a ladinha “aqui é diferente” está, muitas vezes, a serviço de causas menores. Afinal, é mais seguro culpar a cultura que o superior imediato ou a alta administração pelos problemas organizacionais.

Já bati de frente com essa questão em trabalhos de consultoria, coaching e treinamento. Ironia do destino, contratado para orientar mudanças ou aperfeiçoar estilos e práticas gerenciais, fui logo advertido que isso não seria possível por que a cultura...

Se o CEO, a alta e média gerência e empregados não são agentes de mudanças e sim pacientes de uma cultura virtuosa ou perversa, o problema passa a ser onde encontrar a Cultura para trocar ideias.

Então. Será que entendi direto? Em nome ou por causa da cultura organizacional queremos mudanças desde que tudo fique como antes.

Já solicitei que convidassem a Sra. Cultura para resolver as questões que requeriam atenção imediata. Reação do público: silêncio, desconforto, risos ou uma mal contida censura a este consultor que vos escreve.

Meu entendimento e prática profissional recomenda que no lugar de mudar a cultura é preciso mudar os hábitos mentais e comportamentos das pessoas. Não adianta baixar decretos, fazer exortações morais ou treinamentos, mesmo que os consultores sejam antropólogos, sociólogos ou psicólogos. Quando muito estaremos expostos a formas distintas de conceituar a cultura, só que, erudição e a semântica não movem moinhos, organizações e pessoas.

Objetivamente. A cultura é criada, mantida ou modificada pelas pessoas. Ela é parte da rotina de trabalho tanto quanto dos procedimentos voltados para a qualidade total, produtividade, tomada de decisões ou redução de custos. A cultura representa a forma habitual de um grupo social pensar, sentir e comportar-se na busca da realização de metas e interesses comuns. Ela não é um adendo, uma nuvem que paira sobre as nossas cabeças, e sim o quê e como agimos no dia a dia. 
Para administrá-la contamos com as mesmas ferramentas gerenciais destinadas a assegurar que as coisas aconteçam: objetivos, comunicação, follow-up, reconhecimento psicológico (feedback positivo), recompensas materiais e sociais (status, poder, promoção) e consequências negativas (advertência, preterição nos casos de aumento salarial por mérito ou demissão).

A cultura não manda nem desmanda e sim o CEO, a diretoria executiva, a alta gerência, seu chefe e você. Quem cria, mantêm, aperfeiçoa ou se esconde atrás da cultura organizacional para evitar o ônus de responsabilizar-se pelas mudanças somos nós e ninguém mais.
Assim da próxima vez que estiver envolvido em uma discussão sobre cultura experimente substituir esse conceito pelo conceito de comportamento e vejam o que acontece.

 

Um comentário:

  1. Gostei muito da discussão, é bem aplicável à realidade que vivemos em nossa empresa, onde vigora a cultura "familiar" provinda das práticas do fundador.
    Gostaria de te convidar para conhecer o meu blog e dar suas sugestões e críticas:
    http://egoeprofissao.blogspot.com.br/
    Um grande abraço,
    Ana Ribeiro

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