resultado
Eugen Pfister
A paixão pelo trabalho é vista como condição essencial da governança
corporativa. Porém, é de pouco utilidade se você não agregar o foco nos
resultados certos, determinação em alcançá-los e ter as pessoas certas nos
lugares certos.
Pessoas motivadas, por exemplo,
podem fazer besteiras. Perseguem objetivos equivocadas ou, na melhor das
hipóteses, estão preocupadas apenas com os meios de melhorar o que existe sem considerar
o que deve ser descartado.
As reflexões me ocorrem após ter lido um
relatório do Deloitte Consulting’s Center for the Edge indicando
que apenas 11% da força de trabalho nos Estados Unidos estão efetivamente apaixonados pelo trabalho. O que
significa que 89% por cento das pessoas mantêm um relacionamento burocrático ou
estão fazendo o mínimo necessário para segurar os empregos.
Sem dúvida, a
pontuação (11%) é baixa e nos obriga especular o que é necessário para a pessoa
sentir-se comprometida e entusiasmada como o que faz. A preocupação leva a duas
teorias. A majoritária alega que elas não estão sendo suficientemente motivadas
a realizar o seu trabalho, e é preciso motivá-las. Curiosamente não se cogita
em escolher as pessoas apropriadas para o trabalho e sim encontrar mecanismos
de reforço - salário, benefícios, trabalho de equipe, desafios de superar as
metas e sentimento de realização pessoal – que tornem a tarefa mais atraente,
independente de terem ou não talento.
A outra teoria desloca
o problema para a natureza do trabalho e o caráter do trabalhador. Quem tem
esta visão se dará conta da quantidade de trabalho improdutivo ou defasado que
se realiza dentro de uma organização e de quantas pessoas estão onde não deviam
estar.
Lembre-se que o
resultado é produto: volume e rentabilidade das vendas, clientes fidelizados, produtividade,
produtos aceitos pelo mercado, redução de prazos de entrega mantendo a qualidade
etc. Os meios – qualidade, produtividade, satisfação do colaborador etc. – são
importantes, desde que produzam os efeitos necessários.
Outra consequência
dessa indagação é que se esperar um descarte de até 50 a 90% das atuais
atividades. Por quê? Porque estamos
resolvendo problemas do passado e não do futuro, lidando com áreas de
eficiência ao melhorar o que muitas vezes deve ser eliminado, propondo soluções
para salvar as vacas leiteiras que devem dar lugar a produtos novos, servindo
ao chefe no lugar do cliente e assim por diante.
A questão
substancial é definir qual o melhor resultado que posso gerar para a
organização, quem pode contribuir e qual a responsabilidade específica a ser delegada
na consecução do objetivo. Eu acredito acima tudo naqueles que demonstram competência absoluta e paixão.
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