sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Quando a paixão pelo trabalho contribui para o

resultado


Eugen Pfister

 
A paixão pelo trabalho é  vista como condição essencial da governança corporativa. Porém, é de pouco utilidade se você não agregar o foco nos resultados certos, determinação em alcançá-los e ter as pessoas certas nos lugares certos.
Pessoas motivadas, por exemplo, podem fazer besteiras. Perseguem objetivos equivocadas ou, na melhor das hipóteses, estão preocupadas apenas com os meios de melhorar o que existe sem considerar o que deve ser descartado.

As reflexões me ocorrem após ter lido um relatório do Deloitte Consulting’s Center for the Edge indicando que apenas 11% da força de trabalho nos Estados Unidos estão  efetivamente apaixonados pelo trabalho. O que significa que 89% por cento das pessoas mantêm um relacionamento burocrático ou estão fazendo o mínimo necessário para segurar os empregos.
Sem dúvida, a pontuação (11%) é baixa e nos obriga especular o que é necessário para a pessoa sentir-se comprometida e entusiasmada como o que faz. A preocupação leva a duas teorias. A majoritária alega que elas não estão sendo suficientemente motivadas a realizar o seu trabalho, e é preciso motivá-las. Curiosamente não se cogita em escolher as pessoas apropriadas para o trabalho e sim encontrar mecanismos de reforço - salário, benefícios, trabalho de equipe, desafios de superar as metas e sentimento de realização pessoal – que tornem a tarefa mais atraente, independente de terem ou não talento.

A outra teoria desloca o problema para a natureza do trabalho e o caráter do trabalhador. Quem tem esta visão se dará conta da quantidade de trabalho improdutivo ou defasado que se realiza dentro de uma organização e de quantas pessoas estão onde não deviam estar.
Lembre-se que o resultado é produto: volume e rentabilidade das vendas, clientes fidelizados, produtividade, produtos aceitos pelo mercado, redução de prazos de entrega mantendo a qualidade etc. Os meios – qualidade, produtividade, satisfação do colaborador etc. – são importantes, desde que produzam os efeitos necessários.  

Outra consequência dessa indagação é que se esperar um descarte de até 50 a 90% das atuais atividades. Por quê?  Porque estamos resolvendo problemas do passado e não do futuro, lidando com áreas de eficiência ao melhorar o que muitas vezes deve ser eliminado, propondo soluções para salvar as vacas leiteiras que devem dar lugar a produtos novos, servindo ao chefe no lugar do cliente e assim por diante.
A questão substancial é definir qual o melhor resultado que posso gerar para a organização, quem pode contribuir e qual a responsabilidade específica a ser delegada na consecução do objetivo. Eu acredito acima tudo naqueles que demonstram competência absoluta e paixão.

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