quarta-feira, 23 de outubro de 2013

De volta à paixão pelo trabalho

Eugen Pfister

 
Em artigo recente, escrevi sobre a paixão pelo trabalho e sinto que devo voltar ao assunto para incluir outras considerações que deixei à margem no último texto. Afirmei, no artigo anterior, que apenas 11% dos altos executivos norte-americanos se sentiam realmente apaixonados pelo trabalho que realizam. São poucos e creio que os leitores concordam.

Só que a questão é mais complexa. Questionaria, por exemplo, se a paixão se dirige apenas à natureza do trabalho – contador, eletricista, cirurgião etc. – ou vai além da tarefa em si. O quero dizer é se o trabalho pode propiciar uma oportunidades maior que aquela definida no cargo atual.
Exemplos: prazer inventar uma nova ideia, encontrar meios de baratear o que o cliente paga ao fisco, baratear o custo da energia, ou ainda, resolver enigmas da mente ainda não descobertos. Enfim, são algumas das muitas possibilidades que ultrapassam a função. A ser verdade, há uma ideia impulsionadora que nos leva para além da tarefa em si.

Segundo Peter Drucker, aqueles que apresentam um alto desempenho demonstram um amor  enorme pelo que fazem. Eles são mais que enfermeiros, contadores ou pesquisadores da mente humana.  Procuram exceder-se, ser melhor no que fazem e acrescentar novos valores ao que fazem.
Claro que nem tudo no trabalho é diversão. Há muito rotina e coisas aborrecidas no dia a dia, porém, eles as enfrentam sem preguiça como parte do pacote global. O sucesso aumenta o prazer e com ele aumenta o sucesso. É muito difícil pensar diferente: o fracasso contínuo não é prazeroso, salvo para pessoas problemáticas.

Portanto, na seleção, você procura pessoas que são especialistas, mas que, ao mesmo tempo, se encantam e excedem no que fazem. Esse é um dos ingredientes de uma organização que aprende: profissionalismo e diversão em relação ao trabalho.  

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