quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


O que realmente o motiva?

 Eugen Pfister

 
Novamente formulo a questão: por que um gerente deve ocupar-se em motivar o subordinado, entusiasmá-lo pelo projeto ou passar a gostar do emprego?

Todos os dias escutamos centenas de conselhos nessa linha que chega a parecer a coisa mais natural do mundo. Afinal, o especialista fulano de tal disse que motivar era essencial, o outro também e assim por diante.

Creio que é hora de explorar uma visão alternativa e contrariar esse ponto de vista. Por que eu tenho que motivar a equipe? A primeira e mais visível resposta é porque todos subordinados não estão muito contentes com a organização e o trabalho que realizam. Nada mais natural que o gerente os anime.

Diga-se, é uma visão pessimista a respeito do ser humano. Teoria X. Não consigo imaginar um problema dessa envergadura corroendo a vontade de tanta gente. É uma questão de tempo, mas a batalha está perdida. Portanto, não pode ser assim, ao menos não nessas proporções.

Por uma questão de lógica básica, se não são todos, a questão pode ser recolocada em outro patamar, mais próximo do real. Digamos: 1/3 está assim, 1/3 sempre esteve assim e 1/3 está a maior parte do tempo animada.

Não são números exatos, mas são mais corretos que os apresentados na primeira situação. Sabemos, então, que não tempos problema com aquele 1/3 que está (ou quase) sempre ligado. Mas, temos algum problema com os 1/3 que está neste momento desanimada. E, perdoe-me a franqueza, não devíamos perder tempo com aquele outro terço. Rua para eles.

O que fazer?  Uma sugestão: investigue se os que, no momento não estão motivados fazem aquilo para o qual estão mais preparados para fazer. Ou, só estão trabalhando parcialmente com os pontos fortes e o resto do tempo com os fracos. E veja também se aquele outro terço sempre motivado está fazendo aquilo que faz melhor do que ninguém

Se eu estiver certo, toda a teoria motivacional cai por terra, pois no trabalho o grande motivador é o próprio trabalho, e só posso motivar-me se estou tendo uma oportunidade de fazer as coisas de que gosto.

Em outras palavras, essa é a chave para tirar a maior parte da organização da necessidade de um motivador que afinal das contas não motiva. O verdadeiro gestor garante que cada pessoa dê o melhor de si; esse é o grande motivador.

 

Questão

Você acredita que é preciso motivar as pessoas ou é automotivação?

 

2 comentários:

  1. Oi Eugen,
    acredito q a motivação se faz necessária mais para nos relembrar como gostamos daquele projeto ou função quando aparecem percalços e as coisas parecem não estar dando certo. Mas na maior parte do tempo acredito mais q tem de haver automotivação mesmo.

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  2. Eu não sou Psiquiatra. Mas tenho um grande amigo que é (e dos bons). Aprendi muito com ele. O principal é que as empresas (quase sem exceção), não estão preparadas, e me refiro aos setores de RH, para os transtornos mentais, que acometem uma parcela significativa dos adultos. Adoecer não é crime. Tem tratamento. Mas tem estigma quando se adoece da mente. Não tem funcionário diabético, que tem que receber insulina todos os dias? E vai levando a vida. Um quadro de TOC não diagnosticado pode levar a queda de produtividade por anos, até ser tratado. Existe como conviver e ser produtivo com transtornos. Olhem mais para a mente. Treinem os médicos e psicólogos para as novas patologias mentais, para que o funcionário seja devidamente tratado. Com depressão, que é um quadro que acomete a TODOS em algum momento da vida, e sem tratamento, desperdiça-se um bom funcionário, que poderia ser tratado. Em suma: falta visão do lado mental das pessoas.

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