A ignorância como vantagem competitiva.
Eugen Pfister
William A. Cohen*
conta um episódio esclarecedor extraído de uma aula de Peter Drucker. Na aula
Peter afirma que nunca fazia perguntas baseado no conhecimento específico da
empresa e do setor e que levava consigo apenas a sua ignorância. Em sua opinião
a tabula rasa era a ferramenta mais importante para ajudar o cliente a resolver
problemas.
Afora a surpresa dos alunos,
convenhamos que exaltar o valor da ignorância para abrir a mente ao mundo das
soluções era, sem dúvida, uma ideia estranha, mas que merecia ser explorada. Usando o estilo pedagógico habitual de Drucker, ele conta uma série de histórias para concluir que as pessoas não envolvidas com o dia a dia da empresa, às vezes, tinham uma vantagem competitiva importante.
A GE, por exemplo, era uma organização com inúmeros e variados negócios em distintas partes do globo, por isso, um negócio confuso com empresas muito rentáveis e outras no vermelho. Num encontro de trabalho com Jack Welch, Peter pergunta: “Se você não estivesse nesse negócio, entraria nele? O que você faria a respeito?”
A resposta de Welch foi: “Simples, não é? Mas suas perguntas são incrivelmente vigorosas. Essas duas perguntas fizeram com que Welch concluísse que se uma empresa não fosse o número um ou dois naquele negócio não valia a pena mantê-la.
Isso posto, era hora de vender e sair do mercado. Um plano de reestruturação foi elaborado para que a GE só focasse os negócios e empresas líderes. Foi uma diretriz estratégica simples, fácil de ser entendida por todos na companhia.
O que aconteceu já é história: uma notável concentração de recursos realmente lucrativos trouxe ganhos sem precedentes na história da GE. E tudo teve início com as duas perguntas despretensiosas de um forasteiro.
* Uma Aula com Drucker: as lições do maior mestre de
administração, Rio de Janeiro, Elsevier, 2008, capítulo VI.
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