sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A responsabilidade do CEO

Eugen Pfister

 
O Presidente não é insubstituível.  É uma figura central, muitas vezes carismática, mas não a única. O trabalho de equipe na alta administração é tão importante quanto nos demais escalões. Todo Presidente feito para durar tem uma equipe igualmente competente e importante para apoiar as suas decisões, cobrir as sua lacunas e realizar o trabalho.

Porém, uma das suas funções essenciais e na qual ele é decisivo é a relação organização / sociedade, principalmente se considerarmos a grande influência que as forças externas – mercado, economia, política, tecnologia, opinião pública – exercem  no destino de uma organização. Como disse Peter Drucker, dentro da empresa só há custos; os  lucros ocorrem fora dela.
Interpretar as informações externas e deliberar sobre o que fazer internamente é a principal responsabilidade do Presidente. Ele é a face visível da empresa, o porta-voz, a autoridade abalizadora das decisões. Por isso, Presidentes que atuam internamente são fracos e perigosos.

É claro que não me refiro a figuras treinadas em relações públicas e sim a conhecedores profundos do mercado. Eles têm um conhecimento intelectual e/ou prático da sociedade e da capacidade da empresa em atender  a necessidade do cliente, e agem decisivamente em função do que conhecem.
Outras  três lições responsabilidades do CEO são: conhecer efetivamente o mercado e não apenas pelos relatórios de marketing e finanças; compreender se os produtos ou serviços estão sendo aceitos e o que deve ser feito para melhorar o índice de aprovação,  e colocar a equipe organizacional a serviço do cliente.

Essa análise abre as portas para uma série de questões vitais para a organização: qual é o nosso negócio? O que deve ser feito? O que deve deixar de ser feito? Quais resultados são relevantes? Decidir entre fluxos de curto ou longo prazo? Quais são as  pessoas certas?

É simplesmente espantoso o número de horas gastas em temas irrelevantes para os  clientes,  horas consumidas em atividades incorrendo em custos  que o cliente não deveria pagar.

Optar pelo produto, usá-lo e ser fiel a ele  são  três momentos decisivos que o cliente exerce nessa relação.   Isso lembra a insistência com que  Ross Perrot (fundador da Electronic Data System – EDS –, posteriormente adquirida pela General Motors) falava da importância dos  executivos da companhia dirigirem seus próprios  carros. O objetivo de Perrot com essa orientação era perguntar ao executivo se, ao dirigir o carro,  ele tinha vivenciado  uma experiência memorável ou não.

Essas são as questões que determinam o quanto o CEO é relevante para o futuro e bem estar da organização.

2 comentários:

  1. Eugen, parabéns pela visão estruturada e pela clareza com a qual expôs as demandas e questões do CEO. Gostei muito de refletir sobre a necessidade de conhecer a área externa para planejar e executar dentro da empresa. Muito bom!

    ResponderExcluir
  2. Supondo que o CEO seja isso mesmo, o principal executivo da empresa, e não seu dono ou sócio, sua função é executar aquilo que foi decidido pelos responsáveis pela estratégia da empresa: os donos, acionistas, conselho.

    Para isso, o CEO deve conhecer muito em as capacidades existentes, as necessidades de suplementação e a capacitação de seus subalternos.
    Deve possuir capacidade de liderança, para fazer as coisas acontecerem e deve conhecer o mercado, para saber o que deve ser feito para que a empresa tenha sucesso.

    Ser um bom CEO é difícil. É como ser um estadista.

    ResponderExcluir