sábado, 20 de julho de 2013

Abraham Lincoln, um presidente eficaz

Eugen Pfister

 
O que Lincoln tinha de especial como líder e presidente? Várias vezes me fiz essa pergunta e a respondi de maneiras diferentes. Recentemente li o livro de Doris Kearns Goddein, Lincoln, Editora Record 2013, que foi também uma das fontes do magnífico filme de Steven Spielberg a respeito do grande presidente. 
O fato é que formei uma visão de um homem que conseguiu usar os seus talentos naturais na maior parte das suas realizações. É um marca registrada de pessoas como ele: ser consistentemente fiel a seus princípios e simples ao agir.

Segundo Peter Drucker existem três características de um presidente eficaz. A primeira delas é concentrar-se na sua função principal que é exercer a liderança política e não administrar o governo; isso seus ministros e a burocracia farão. 
Lincoln sabia quando avançar e sabia quando retroceder em suas posições, mas nunca abriu mão do seu objetivo final que era libertar a América do regime escravagista. De um lado firmeza de propósitos, do outro, maleabilidade nos meios.

Para Drucker, a outra característica é concentrar-se no tema realmente relevante para a nação e não  necessariamente o da sua convicção ou programa político. Vencer a guerra e aprovar a 13ª emenda que decretaria o final da escravidão eram os temas dominantes. Durante a guerra civil ele se manteve fiel a esse propósito. Apesar das suas angústias e receios ele não desabou sob o peso do negativismo. Mostrou-se um condutor firme e seguro dos assuntos políticos e militares que lhe competiam.
Viajava ao encontro das tropas, conversava com generais e soldados e juntava as vozes do front de batalha com os relatos impessoais dos militares e ministros de Estado. Buscava as múltiplas informações em diferentes fontes e situações.

A sua relação com o General Ulysses S. Grant expunha a sua admiração nos pontos fortes de seus auxiliares. Grant era um estrategista notável que reunia um grande número de vitórias, contudo, criticado em Washington por suas notáveis bebedeiras. Lincoln simplesmente pediu que lhe dissessem qual era a marca do Bourbon preferido por Grant e ele lhe enviaria algumas garrafas. Afinal, um gerente eficaz sabe que todos têm seus pontos fracos, mas age no sentido de incentivar os pontos fortes.
A terceira e última característica é possuir uma visão ampla de seu próprio cargo e do povo a ponto de não ter que “vender” nada –  afirma Drucker.

Lincoln tinha o dom de juntar adversários e antigos inimigos em seu time. Escutava a todos, ponderava e ai tomava decisões que lhe pareciam as melhores para as circunstâncias. Nesses momentos, ele era incisivo e definitivo.
Também aprendeu a evitar amigos como conselheiros, pois estes normalmente agiam autoritariamente em nome do presidente. E só voltou atrás quando aprendeu a tratá-los com distanciamento emocional. Eram seus subordinados e não amigos.

Enfim, são essas, dentre outras, as qualidades que o tornaram um bom presidente. Um homem que mudou o clima moral e intelectual da nação pagando o preço com sua própria vida.

Um comentário:

  1. A convicção de seus valores foi o “combustível” para as suas conquista.

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