quinta-feira, 25 de julho de 2013

As pessoas certas nos lugares certos e com  resultados certos

Eugen Pfister


Vamos ao básico e perguntemos se é possível uma revolução (e não apenas uma evolução) na produtividade. Minha resposta é sim. É perfeitamente possível e há métodos e processos para tanto. Porém, um fator negligenciado tem sido o ser humano e é justamente com ele que a revolução da produtividade deve começar.
A base de toda produtividade são as pessoas. Sem elas, nada feito. Estamos falando, é claro, de pessoas de alto desempenho. Quanto a esse requisito há duas teorias: a lei 20/80 e, a mais negligenciada teoria: 100/100.

O princípio 20/80 diz uma verdade incontestável na forma com que o trabalho está organizado hoje, ou seja, 20% da força de trabalho é responsável por 80% dos resultados obtidos em qualquer unidade de trabalho.  Os outros 80% se encarrega de 20% dos resultados.
Sendo assim, premiamos os poucos vitoriosos e nos arranjamos, de uma forma ou outra, com o restante. Infelizmente, não conseguimos alçar a nossa vista para além desse paradigma e, assim, nos contentamos com esses resultados.

As pessoas são o único fator verdadeiramente produtivo, porém, os gerentes são otimistas e acreditam que bastam alguns arranjos no sistema de metas, métodos e procedimentos de trabalho que os subordinados aderem e correm atrás dos resultados. Não é o que acontece. As pessoas resistem, algumas não entendem, rejeitam ou simplesmente duvidam que as coisas funcionem dessa forma. 

O início de uma revolução na produtividade deve ser focado nos pontos fortes que cada um carrega consigo desde o nascimento. Só que o nosso sistema atual privilegia os pontos fracos, o que uma pessoa não é capaz de fazer bem. A gerência insiste que esses pontos sejam melhorados. Não compreendem que da fraqueza nada se cria.

Se considerassem os pontos fortes – o que uma pessoa é capaz de fazer excepcionalmente bem – a história seria outra. Todos têm um conjunto de forças inatas que podem e devem ser desenvolvidas até o ponto de se converterem em áreas de excelência. Portanto, descubra quais são os seus pontos fortes e encontre um lugar na organização na qual eles possam  ser aperfeiçoados e deixe os pontos fracos de lado.
As pessoas carregam consigo esses talentos intrínsecos  independente do lugar e da classe social em que  nasceram. O que varia são as condições socioeconômicas para desenvolvê-los. Eles se referem à forma habitual como pensamos, agimos e sentimos. São traços constitutivos inatos e pode-se dizer que não há nada de excepcional em relação a eles. Sendo padrões, são bastante triviais. Se os usamos, se tiramos proveito, se os cultivamos isso é outra história.

Então, um bom gerente procura conhecer, selecionar e promover a sua equipe com base nos talentos e não apenas com base na experiência e no conhecimento técnico e social do candidato. É claro que a partir daí não se pode dissociar conhecimento e experiência do talento inato. Posso ter, por exemplo, conhecimentos em diferentes áreas – produção, suprimentos, compras, finanças etc. – mas não ter o talento que os embasa. Assim, adquirindo os conhecimentos terei apenas um desempenho padrão nessas áreas.

Agora, se você tem características inatas em áreas de relacionamento humano -  adaptabilidade, apaziguador, negociador, colaborativo e empático – e elas forem transformadas em conhecimentos e habilidades, você terá um desempenho superior. 

Portanto, encontre um lugar onde o seu talento  poderá ser excepcionalmente aproveitado e a partir daí começamos a falar de profissionais produtivos.

Posto em forma simples, todo talento deve encontrar o papel e função adequados para poder brilhar. Essa é uma lição dos grandes diretores de filmes e peças: saber escolher o elenco com base nos  atributos naturais  e do que for desenvolvido a partir daí. 

Enfim, a função de um gestor é encontrar as pessoas com talento para cada função e dar a cada um o treinamento, propiciar a experiência de trabalho correta e a oportunidades para brilhar.  Com isso, estará aumentando a produtividade e a motivação continuamente.

 

Um comentário:

  1. Eugen
    Parabéns pelo post.
    Essa é a realidade de um projeto que deveria existir em qualquer empresa.
    Para mim os 20/80 em algumas empresa como a minha e um pouco diferente, diria que 40/60.
    O que é preciso analisar se os 20 ou os 40 como digo esta no comando ou comandado e isso fara muita diferença.

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