Eugen Pfister
Vamos ao básico e perguntemos se é possível uma revolução (e
não apenas uma evolução) na produtividade. Minha resposta é sim. É
perfeitamente possível e há métodos e processos para tanto. Porém, um fator
negligenciado tem sido o ser humano e é justamente com ele que a revolução da
produtividade deve começar.
A base de toda produtividade são as pessoas. Sem elas, nada
feito. Estamos falando, é claro, de pessoas de alto desempenho. Quanto a esse
requisito há duas teorias: a lei 20/80 e, a mais negligenciada teoria: 100/100.
O princípio 20/80 diz uma verdade incontestável na forma com
que o trabalho está organizado hoje, ou seja, 20% da força de trabalho é
responsável por 80% dos resultados obtidos em qualquer unidade de
trabalho. Os outros 80% se encarrega de
20% dos resultados.
Sendo assim, premiamos os poucos vitoriosos e nos
arranjamos, de uma forma ou outra, com o restante. Infelizmente, não
conseguimos alçar a nossa vista para além desse paradigma e, assim, nos
contentamos com esses resultados.
As pessoas são o único fator verdadeiramente produtivo,
porém, os gerentes são otimistas e acreditam que bastam alguns arranjos no
sistema de metas, métodos e procedimentos de trabalho que os subordinados
aderem e correm atrás dos resultados. Não é o que acontece. As pessoas
resistem, algumas não entendem, rejeitam ou simplesmente duvidam que as coisas
funcionem dessa forma.
O início de uma revolução na produtividade deve ser focado nos pontos fortes que cada um carrega consigo desde o nascimento. Só que o nosso sistema atual privilegia os pontos fracos, o que uma pessoa não é capaz de fazer bem. A gerência insiste que esses pontos sejam melhorados. Não compreendem que da fraqueza nada se cria.
Se considerassem os pontos fortes – o que uma pessoa é capaz
de fazer excepcionalmente bem – a história seria outra. Todos têm um conjunto
de forças inatas que podem e devem ser desenvolvidas até o ponto de se
converterem em áreas de excelência. Portanto, descubra quais são os seus pontos
fortes e encontre um lugar na organização na qual eles possam ser aperfeiçoados e deixe os pontos fracos de
lado.
As pessoas carregam consigo esses talentos intrínsecos independente do lugar e da classe social em
que nasceram. O que varia são as
condições socioeconômicas para desenvolvê-los. Eles se referem à forma habitual
como pensamos, agimos e sentimos. São traços constitutivos inatos e pode-se
dizer que não há nada de excepcional em relação a eles. Sendo padrões, são
bastante triviais. Se os usamos, se tiramos proveito, se os cultivamos isso é
outra história. Então, um bom gerente procura conhecer, selecionar e promover a sua equipe com base nos talentos e não apenas com base na experiência e no conhecimento técnico e social do candidato. É claro que a partir daí não se pode dissociar conhecimento e experiência do talento inato. Posso ter, por exemplo, conhecimentos em diferentes áreas – produção, suprimentos, compras, finanças etc. – mas não ter o talento que os embasa. Assim, adquirindo os conhecimentos terei apenas um desempenho padrão nessas áreas.
Agora, se você tem características inatas em áreas de relacionamento humano - adaptabilidade, apaziguador, negociador, colaborativo e empático – e elas forem transformadas em conhecimentos e habilidades, você terá um desempenho superior.
Portanto, encontre um lugar onde o seu talento poderá ser excepcionalmente aproveitado e a partir daí começamos a falar de profissionais produtivos.
Posto em forma simples, todo talento deve encontrar o papel
e função adequados para poder brilhar. Essa é uma lição dos grandes diretores
de filmes e peças: saber escolher o elenco com base nos atributos naturais e do que for desenvolvido a partir daí.
Enfim, a função de um gestor é encontrar as pessoas com
talento para cada função e dar a cada um o treinamento, propiciar a experiência
de trabalho correta e a oportunidades para brilhar. Com isso, estará aumentando a produtividade e
a motivação continuamente.
Eugen
ResponderExcluirParabéns pelo post.
Essa é a realidade de um projeto que deveria existir em qualquer empresa.
Para mim os 20/80 em algumas empresa como a minha e um pouco diferente, diria que 40/60.
O que é preciso analisar se os 20 ou os 40 como digo esta no comando ou comandado e isso fara muita diferença.