terça-feira, 30 de julho de 2013

Realistas, cínicos e pessimistas

Eugen Pfister

 
Quanto mais releio Peter Drucker ficam claras duas coisas: o quanto ele escreveu sobre vários temas e quão profundo e direto consegui ser. Ele,  por exemplo, comentou que uma pessoa nunca deveria ser promovida a um cargo gerencial se, no lugar de enfatizar os pontos fortes das pessoas, enfatizasse os pontos fracos. Uma pessoa capaz de enxergar o que outra  não pode fazer, mas é incapaz de ver o que ela faria bem em outro contexto, acaba contaminando negativamente o ambiente organizacional.

É preciso realismo para gerenciar. Nem o otimista, o cínico ou o pessimista possui esse traço.  O otimista  acha que a pessoa é capaz de superar qualquer dificuldade e abraçar qualquer projeto se tiver determinação e treinamento. Evidentemente as coisas não funcionam dessa forma. Temos capacidades para conquistar posições, mas também temos limitações.

O cínico crê que a maioria das pessoas não é dotada de talentos especiais, portanto, quando muito ficará num nível médio de competência. Nosso dever é agir de forma a motivar essas pessoas para atingirem e manterem esse patamar de desempenho.

O pessimista entende que a guerra está perdida. O mundo é constituído por uma maioria de incompetentes versus poucos competentes, e seria ótimo se todos compreendessem isso. Teríamos menos dores de cabeça. 

Também não deve ser promovida uma pessoa que demonstre medo diante do talento de um subordinado ou está sempre mais preocupada em encontrar “quem é o culpado” do que saber “o que está errado.” Nenhuma das atitudes constrói uma relação produtiva e saudável com a organização.

O critério de promoção para um cargo gerencial envolve descobrir o talento natural para a liderança, conhecimento e experiência e realismo.  Porém, e isso é importante, também envolve a capacidade de enxergar o mundo com objetividade e isenção de espírito.
Chamamos esse traço que combina contribuição, realismo e integridade pessoal de caráter, algo essencial aos bons gerentes.

 

Um comentário:

  1. Penso que entre a identificação e o direcionamento da aptidão só existe um gap chamado, querer. Alguns médicos bebem e fumam, gerentes de bancos ficam endividados, nutricionista não bebem água. Simplesmente porque não querem.

    E ai muitas vezes tenho apontado novos desafios fora da organização.

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