terça-feira, 28 de maio de 2013

Do talento à competência

Eugen Pfister

Usamos o conceito de talento para nos referir ao que está na base do desempenho superior. O talento é a matéria prima para desenvolver a excelência no desempenho em determinada área. Um talento, portanto, é um padrão recorrente de pensamento, comportamento e sentimento que pode ser aplicado produtivamente no trabalho e na vida em geral.
Eis três exemplos de talentos inatos: analítico (pensamento), competitivo (comportamento) e empático (sentimento). Eles estão em estado puro, prontos para serem cultivados e são  descobertos e educados. Tem início uma revolução sem precedentes; uma tarefa para vida a inteira.

Mas também possuímos uma quantidade de pontos fracos, ou seja, tudo aquilo que não sabemos fazer ou usar produtivamente. Só que a maioria das pessoas imagina que você deve lidar com eles, deve superá-los, basta ter determinação. Ignoram que são traços inatos.
Digamos que você trabalha numa empresa que o selecionou apenas com base nos critérios de experiência (trabalha na área), inteligência (capacidade de aprender) e determinação (determinação para aprender mais). Posto dessa forma parece que não há nada de errado com esses critérios. Essa é a forma com que age a maior parte das organizações.

Todavia, ao omitir a questão do talento, as mesmas empresas atraem para o mesmo cargo pessoas superpreparadas (talentosas) e pessoas com um desempenho médio (com domínio técnico). Resultado: enquanto os primeiros excedem no desempenho, os segundo terão um desempenho moderado, quando não medíocre.

As empresas se resignam a aceitar que essas são as regras, ou seja, há uma minoria que alcança a excelência no desempenho, a maioria que opera num padrão médio e, outra minoria, com desempenho inferior. Não se dão conta que podemos alterar a curva de Gauss tornando o alto desempenho o padrão.
Para isso basta introduzir o talento como critério na seleção e promoção de pessoas. Não é algo difícil, pois praticamente todos têm talentos. Assim, identifique as duas ou três áreas em que a pessoa tem uma inclinação natural para sair-se muito bem, coloque-a na posição, treine-a e a desenvolva.  O talento não é tudo, mas é o começo rumo a excelência.

Deixando o talento de fora você corre o risco de ter que aceitar o desempenho mediano ou medíocre como padrão. Portanto, não tente transformar a pessoa em quem ela não é e, sim, dedique-se a tirar proveito do que a pessoa é tornando-a melhor.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário